quarta-feira, 25 de julho de 2012

"25 de julho é dia de lutar e comemorar a resistência da Mulher Negra ao racismo e sexismo!"

 O Dia da Mulher Negra foi instituído no 1º Encontro de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, que teve representação de mulheres negras de mais de 70 países, na República Dominicana, em 1992. O último dia do evento, 25 de julho, foi marcado como o “Dia da Mulher Negra da América Latina e do Caribe”.
A data se tornou um marco internacional da luta e da resistência das mulheres negras, com o objetivo de tornar visível o racismo, a discriminação, o preconceito, a pobreza e os demais problemas que herdaram de uma sociedade estruturada no capitalismo, que tem como pilares o patriarcado (sistema de poder dos homens sobre as mulheres) e o racismo (a dominação dos brancos sobre os negros). É por meio dessa data que homenageamos e também refletimos sobre os problemas que as mulheres negras enfrentam durante sua vida, todos os dias.
As mulheres negras na formação do Brasil
A sociedade brasileira foi marcada pelo modo de produção escravista colonial, onde a mão-de-obra era de escravos trazidos da África. A chegada das mulheres africanas marcou a formação social brasileira, pois elas trouxeram tradições ancestrais que influenciaram a língua, os costumes, a alimentação, a medicina e a arte, além de introduzirem métodos agrícolas, vários produtos e valores coletivos no Brasil. Este novo país impôs papéis sociais para essas mulheres negras que passaram a ser brasileiras. As mulheres negras foram escravizadas e exploradas pelos senhores, mas pelo fato de serem mulheres, também foram exploradas sexualmente, foram usadas como prostitutas, também cumpriram com o papel de alimentar gerações de crianças brancas, sendo, por diversas vezes, forçadas a abandonar seus próprios filh os. Esses são alguns fatos que demonstram a situação desumana da mulher negra desde sua chegada no Brasil, que têm reflexos até os dias de hoje.
As mulheres negras compõem uma boa parte da população brasileira, 44% das mulheres são negras. Entre as mulheres negras e brancas existem muitas diferenças. As mulheres negras possuem menos anos de estudos que as mulheres brancas e recebem um salário cerca de 50% menor. 90,23% da população negra economicamente ativa está no emprego doméstico, enquanto na população branca este percentual é de apenas 6,1%. A maioria das mulheres negras chefes de família (60%), isto é, sem companheiro para contribuir com a renda, tem rendimento de até um salário mínimo. A morte materna é mais freqüente entre as mulheres negras do que entre as mulheres brancas, em razão de sofrerem mais com hipertensão e diabetes, além do mal-tratamento médico. As mulheres negras são mais violentadas que as m ulheres brancas. Mulheres negras, entre 16 e 24 anos, têm três vezes mais probabilidade de serem estupradas que as mulheres brancas.
Apesar de enfrentarem esses problemas, as mulheres negras também foram lideranças militares e políticas de quilombolos e revoltas, tais como Aqualtune, Dandara, Filipa, Luísa Mahim, entre tantas outras que ousaram lutar contra o regime de escravidão. Hoje as mulheres negras continuam lutando contra todas as formas de exploração e opressão, são mulheres guerreiras, que vivem nas periferias urbanas e batalham todos os dias pela vida! São exemplo e inspiração de força e resistência para aqueles/as que sonham com a Revolução Brasileira!
Por isso, na semana do dia 25 de julho, o Levante Popular da Juventude realizará ações em diversos estados do Brasil, com o objetivo de avançarmos na luta, na formação e na organização sobre essa questão central na construção do Projeto Popular: as mulheres negras!

“Mulher guerreira da periferia
Luta todo dia contra a opressão
Vem mulher, com lenço no rosto
Conquistar o mundo, com a gente também”

Fonte: http://levante.org.br/25-de-julho-e-dia-de-lutar-e-comemorar-a-resistencia-da-mulher-negra-ao-racismo-e-sexismo/#more-1105

Nenhum comentário:

Postar um comentário